Por força de decisão judicial obtida na terça-feira (29/10) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), três vereadores de Ubatuba foram afastados de suas funções, ficando ainda impedidos de frequentar a Câmara enquanto durar a suspensão de seus respectivos mandatos eletivos. Eles e outras dez pessoas são réus em processo que apura a prática de crimes como associação criminosa, concussão (exigir vantagem indevida em função do cargo ocupado), coação e cárcere privado.
O caso diz respeito a uma investigação que mirou em esquema de “rachadinha”, caracterizado pela exigência do repasse a políticos de parte dos salários de ocupantes de cargos comissionados. A ordem judicial desta terça determina o afastamento também de nove servidores. Eles e os parlamentares ficaram ainda proibidos de manter contato com qualquer pessoa relacionada ao processo.
Segundo o apurado, até mesmo o responsável pelo contrato de manutenção dos computadores da Câmara de Ubatuba, repassava a um dos vereadores o valor de R$ 3 mil mensais. Há ainda relatos de uma vítima mantida em cárcere privado para que não denunciasse o esquema. Além disso, uma das testemunhas que sofreram coação mediante grave ameaça foi encontrada morta e amordaçada em agosto de 2023. No mesmo mês, o GAECO e a Polícia Civil deflagraram a
Operação Corvêia, ocasião em que cumpriram 14 mandados de busca e apreensão no município do litoral paulista.
Fonte: Ministério Público do Estado de São Paulo