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O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade que integra o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e está ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), lança nesta quarta-feira (27), Dia Nacional de Combate ao Câncer, uma edição especial da Revista da Turma da Mônica Jovem sobre o Papilomavírus Humano (HPV).
O material, desenvolvido em parceria com o Instituto Mauricio de Sousa e o Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO) da Universidade de São Paulo (USP) apresenta, por meio de recursos visuais e linguagem acessível, informações para a conscientização da população, em especial o público jovem, sobre a importância da vacinação contra o HPV e, consequentemente, a prevenção de alguns tipos de cânceres causados pelo vírus.
A história narra a iniciativa da jovem Mônica e sua turma de amigos que, após uma excursão do colégio ao Icesp, onde assistiram uma palestra sobre a infecções pelo HPV e sua relação com o desenvolvimento de cânceres, decidem disseminar aos moradores do bairro informações sobre o tema com o propósito de reforçar a vacina como uma das formas de prevenção.
De acordo com a chefe do Laboratório de Pesquisa e Inovação em Câncer do Icesp, Profa. Dra. Luisa Lina Villa, existe uma preocupação entre os profissionais da saúde e a comunidade científica para conscientizar cada vez mais a sociedade sobre as formas de prevenção de cânceres associados ao HPV. “As taxas de vacinação em nosso país continuam medianas e os índices de rastreamento, como o Papanicolau, em algumas regiões do Brasil, são baixos. Notamos a necessidade de novas formas de comunicação com o público mais jovem para esclarecer sobre o que é o HPV, quais doenças ele causa e as formas de prevenção, com ênfase na vacina. Com este projeto, esperamos que por meio do conhecimento e a ampliação da vacinação seja possível reduzir as infecções e os tumores causados pelo vírus”, explica.
Para o coordenador do grupo de trabalho de educação e comunicação do Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO) da Universidade de São Paulo (USP), Prof. Dr. Guilherme Andrade Marson, o projeto contribui para a disseminação de conteúdos de qualidade para o maior número de pessoas, principalmente em um cenário em que a desinformação tem se tornado cada vez mais forte na sociedade. “Ao pensarmos no exercício do direito à saúde, precisamos reforçar cada vez mais a informação correta como fator fundamental para a prevenir algumas doenças. Nós temos um produto desenvolvido com a expertise de instituições como o Icesp, junto ao C2PO, e o Instituto Mauricio de Sousa, e assim promover ações efetivas para a prevenção de alguns tipos de cânceres”, comenta.
O professor titular do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Icesp Prof. Dr. Roger Chammas, conta que a ideia do projeto surgiu da necessidade de comunicação e educação com a sociedade acerca da segurança da vacinação contra o HPV. “A parceria com o Instituto Mauricio de Sousa foi estratégica para a criação de um material lúdico para os mais jovens, entre 9 a 14 anos, público-alvo da cobertura vacinal contra o vírus no país. Além de capacitar professores da rede pública de ensino para a discussão sobre o tema em escolas e assim contribuir para que essas crianças e adolescentes sejam replicadores de informação qualificada, o projeto busca estimular a adesão a vacina já disponível na rede pública de saúde”, diz.
O diretor executivo do Instituto Mauricio de Sousa, Amauri Sousa, complementa: “Para nós é gratificante participar junto ao Icesp da produção de uma revista especial com a Turma da Mônica Jovem que aborda um tema extremamente importante: a prevenção do HPV por meio da vacinação. Acreditamos que a educação é a chave para a saúde. Vamos juntos espalhar conhecimento e promover hábitos saudáveis entre os jovens”, destaca.
Inicialmente, a revista será disponibilizada no site do Icesp no formato digital e seu acesso será gratuito para o público em geral. O projeto busca ainda futuramente realizar parcerias com escolas do município de São Paulo por meio da capacitação dos profissionais para a discussão sobre o tema em salas de aula.
O que é o HPV?
O HPV é um vírus que atinge homens e mulheres e até o momento foram descritos mais de 200 tipos virais. Estes vírus podem infectar pele e mucosas, e sua principal forma de transmissão é por meio da atividade sexual. Mais raramente, pode ser transmitido pelas mãos, objetos íntimos e roupas de uso pessoal contaminados. Além disso, a transmissão de mãe para filho, durante o parto normal, também é possível.
A prevenção primária (por meio da vacinação contra o HPV) e a prevenção secundária (realização de exames preventivos ginecológicos de rotina, como o exame de Papanicolau), são de extrema relevância para a diminuição de alguns tipos cânceres, como, por exemplo, o de colo uterino.
A importância da vacinação contra o HPV
A melhor maneira de se prevenir contra as infecções causadas pelo HPV, continua sendo a vacinação. Desde 2014, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza, gratuitamente, a vacina quadrivalente, que protege contra quatro tipos diferentes de vírus, dentre os quais estão os tipos 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas genitais, e 16 e 18, causadores de 70% dos cânceres de colo do útero e uma proporção significativa dos tumores em outros locais do corpo.
As vacinas são aplicadas em duas doses para meninos e meninas de 9 a 14 anos e, também em três doses para homens e mulheres de 9 a 45 anos que vivem com doenças imunossupressoras, como indivíduos que convivem com o vírus HIV, portadores de lúpus, pacientes com câncer e /ou em tratamento com radioterapia e quimioterapia, pessoas transplantadas com órgãos sólidos e medula óssea e também para pessoas que sofreram violência sexual.
Além disso, uso de preservativos é considerado uma prática de proteção importante, mas parcial, no controle da transmissão do HPV. Contudo, seu uso é altamente recomendável por ser muito eficaz na prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), em todos os tipos de relações. Uma boa higiene da genitália, das mãos e de objetos de uso íntimo, também contribui para minimizar o risco.
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