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Em coletiva, Mateus Silva diz que precisará ‘arrumar a casa’ antes de executar plano de governo; Aguilar Junior rebate críticas

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Em entrevista coletiva realizada no final da manhã desta segunda-feira (24/2), na sede da Secretaria Municipal de Educação, o prefeito de Caraguatatuba, Mateus Silva, fez um pronunciamento de aproximadamente 30 minutos, no qual classificou a atual situação da prefeitura como caótica, apontando problemas em diversos setores. Ele declarou que “antes de executar o plano de governo, projetado para o período de 2025 a 2028, faz-se necessário arrumar a casa”. Em seguida, ele respondeu perguntas de órgãos de imprensa, blogs e páginas de redes sociais. O Radar Litoral ouviu o ex-prefeito Aguilar Junior, que rebateu as críticas e apontamentos feitos pelo prefeito.

Durante sua explanação na abertura, Mateus Silva relembrou feitos da administração de seu pai, o ex-prefeito Antonio Carlos da Silva e fez comparativos com o que encontrou na gestão deixada pelo seu antecessor. “É desolador. Sem medo de errar, é doloso o quadro de penúria em o município se encontra. No mínimo é um relaxo com o dinheiro do povo. Manutenção, não existia. Uma mistura de incompetência com má vontade política. Este sucateamento e deterioração resultam no desalento dos funcionários, na queda da produtividade, na precariedade do atendimento às demandas, na piora da relação com os munícipes, no atraso das entregas à população. Para reverter tudo isso, é preciso de mais recurso e muito mais tempo”, disse o prefeito de Caraguatatuba.

Mateus Silva disse que o orçamento está comprometido. “Foi divulgado nas redes sociais, pelo ex-prefeito e em programa de rádio, que ele deixou R$ 84 milhões em caixa e que o dinheiro poderia ser usado para pagar fornecedores. O que não foi dito é que aproximadamente 90% desse valor estava comprometido com despesas obrigatórias, ou seja, verba carimbada, que não pode ser usada para outro fim senão ao que está destinada. Desse valor, só R$ 8,7 milhões podiam realmente ser usados pra pagar fornecedores”.

Conforme divulgou na coletiva, 120 empresas estão sem receber desde março do ano passado. “Existem notas de R$ 68 até valores milionários e a dívida passa de R$ 74 milhões”.

Durante a coletiva, Mateus Silva citou que o contrato do transporte coletivo passa por revisão. Também classificou como um “grande desafio” a zeladoria da cidade, apontando problemas como sucateamento da frita e que por quatro vezes notificou a empresa de coleta de lixo.

Saúde e educação

Sobre a saúde no município, o prefeito de Caraguá disse que a cidade estava à beira de um colapso. Disse que a infraestrutura das unidades está comprometida, com equipamentos sem manutenção. Também ressaltou a falta de medicamentos essenciais, que segundo ele, estão sendo repostos nas unidades.

Mateus Silva informou que o contrato com a OS João Marchesi segue vigente até abril, mas que já trabalha para um novo chamamento público.

Em relação à educação, o prefeito afirmou que cerca de 600 crianças estão fora da escola, citando um relatório de 2023 do Tribunal de Contas, e que a rede municipal estava com cardápio de alimentação escolar inadequado e crianças com deficiência no aprendizado de matemática e língua portuguesa. Prazos

Na sessão de perguntas da imprensa, a reportagem do Radar Litoral perguntou sobre os prazos para a resolução dos problemas apontados. “A casa já está sendo arrumada, o tempo pra isso é relativo. Nós gostaríamos que fosse o mais rápido possível. Mas já estamos fazendo a diferença em todos os aspectos, desde a estabilização da lista de medicamentos, chamamos aprovados no concurso, diminuímos gastos desnecessários da administração pública, estamos reestruturando nossa frota, enfim, são várias ações que juntas vão resultar no arrumar a casa”.

Aguilar Junior rebate críticas

Em nota enviada ao Radar Litoral, o ex-prefeito Aguilar Junior rebateu as críticas e apontamentos feitos pelo prefeito Mateus Silva na coletiva desta manhã de segunda-feira. “As declarações feitas pelo atual prefeito são um claro reflexo da sua falta de preparo, incompetência e má fé para tentar desqualificar a minha gestão. Em primeiro lugar, é lamentável que o prefeito tente pintar um cenário de penúria” e desolação sem sequer entender a dinâmica financeira de uma Prefeitura”, disse o ex-prefeito.

Aguilar Junior rebateu o apontamento de dívidas com fornecedores. “A alegação de que há uma dívida de R$ 74 milhões com fornecedores, demonstra sua incapacidade de interpretar números de gestão. Todas as administrações municipais trabalham com fornecedores e contratos que possuem prazos de pagamento estipulados. Não se trata de ‘dívida’ e sim restos a pagar. Além disso, o próprio prefeito contradiz suas falas ao afirmar que a gestão anterior deixou R$ 84 milhões no caixa da Prefeitura, um montante substancial que comprova a responsabilidade financeira da minha administração. A tentativa de desqualificar esse número alegando que 90% dos recursos estavam comprometidos apenas reforça a falta de conhecimento do novo gestor sobre orçamento público. Qualquer pessoa minimamente preparada sabe que receitas vinculadas a despesas obrigatórias fazem parte da governança municipal e não significam descontrole financeiro, mas sim planejamento responsável”.

Ainda na nota enviada ao Radar Litoral, Aguilar Junior afirma que a cidade de Caraguatatuba avançou muito nos últimos anos, com investimentos expressivos na modernização de escolas, ampliação dos serviços de saúde e manutenção contínua da cidade. “Se há ‘lacunas’, elas estão sendo criadas pela inércia do atual governo, que prefere se escorar na gestão Aguilar Junior ao invés de trabalhar para trazer soluções reais para a população”, disse o ex-prefeito. “Os contratos firmados foram executados conforme previsto, e qualquer pendência financeira deve ser analisada dentro do contexto orçamentário e das regras fiscais vigentes. Muitas vezes, processos de pagamento envolvem trâmites administrativos que transcendem gestões. Ao contrário do que o atual prefeito pensa, julgar os atos e a capacidade administrativa do antigo gestor cabe ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, órgão que aprovou todas as contas do gestor Aguilar Junior”, complementou.

O ex-prefeito disse ainda que “a manutenção da cidade sempre foi prioridade, com investimentos contínuos na frota, na limpeza urbana e em contratos essenciais”. Por fim, também ressaltou investimentos na saúde e educação. “A minha administração investiu fortemente nos serviços de saúde com a ampliação de leitos, construção de novas UBS’s e duas UPAS, criação do Pró-Mulher, garantindo atendimento à população e suportando, inclusive, no período de pandemia. Problemas de infraestrutura e abastecimento de medicamentos devem ser analisados com base em registros técnicos e não apenas em avaliações subjetivas. A inclusão escolar sempre foi uma prioridade e os dados precisam ser estudados com profundidade. Foram mais de 5 mil vagas criadas na rede municipal de ensino. Reforçamos que a gestão pública deve ser pautada pelo compromisso com a verdade e pela continuidade administrativa, garantindo que a população não seja prejudicada por disputas políticas”.

Fonte: https://encr.pw/18tez

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